sexta-feira, 7 de março de 2014

Os garis estão chegando

Coletar e remover o lixo urbano sempre foi um sério problema. Quem quiser conhecer um pouco dessa história, leia o interessante livro do professor Emílio Maciel Eigenheer - Lixo: a limpeza urbana através dos tempos.

No Brasil do século XIX, o trabalho literalmente sujo era feito pelos escravos com menos status. Era comum ver "cabungueiros" (de kibungu, palavra do idioma quimbundo que significava "latrina") equilibrando sobre as cabeças, em tubos ou barris, o lixo das casas (incluindo excrementos). Sua tarefa era jogar esse lixo em lugares distantes. Todos os dias!

O problema do lixo se tornou especialmente grave no Rio de Janeiro daqueles tempos. À medida que a capital do império crescia, mais sujeira se produzia. As ruas, por exemplo, estavam empestadas com a quantidade imensa de estrume que os cavalos (meios de transporte público e privado da época) deixavam pelo caminho. A vida dos pedestres era uma... miséria! (Faça os cálculos: um cavalo produz cerca de 10 quilos de fezes por dia...)

Entre as tentativas de solução, o Ministério Imperial, em 1876, contratou a Alexis Gary Cia., empresa especializada em limpeza urbana. Seu dono, o francês Pierre Alexis Gary, levava varredores uniformizados pelas ruas cariocas para realizarem o ingrato mas indispensável serviço. A "turma do Gary" fez sucesso. Em pouco tempo, o povão começou a chamar os varredores de garis.

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